Saudade!

Este espaço será preenchido com poemas sobre a Saudade!
Saudade de caminhos percorridos...Saudade de experiências vividas....Saudade da terra do meu Viver!
Saudade....palavra tão simples que tudo indica
!

quarta-feira, dezembro 31, 2008

Passagem de Ano




Passagem de Ano


Alegria... Emoção...

Festejos... Risos... Cantigas...

Olhares de sedução
Faziam bater o coração
De tão jovens raparigas...

A música a convidar
Ao rodopio na sala
E ao ouvido do par
Soam segredos... que o luar
Escuta e também cala!

Amanhã é outro dia... outro ano...
Sonhava a menina de então
Tão feliz no seu engano
Que mesmo findando o ano
Não findava a Emoção...

Mas o ano acabou...
Outro veio... e outros mais...
E a menina "acordou"
Do sonho que então sonhou
Soltando seus tristes ais!··

Ai! A Saudade do meu Viver!
Que me faz, aos poucos, morrer
Como comum dos mortais...
Vive abraçada à Tristeza
Dando-me assim a certeza
Que sonho assim... Nunca Mais!


Letinha

sexta-feira, agosto 29, 2008

Desafio...



DESAFIO!



Foi-me lançado um desafio
Por uma Amiga brejeira
Pedindo que compusesse
E com 3 palavras fizesse
Uma poesia "à maneira"!

Pois bem, querida Amiga!
Aqui me tens a rimar...
E o tema escolhido
É um tema bem querido...
Não me custa "trabalhar"...

África... Angola... Fórum...
Foram as palavras propostas
E aqui está o resultado
De um trabalho apressado
Para leres... e veres se gostas!

África!...é Magia!
Um Continente encantado
Onde se fica enamorado
P'la Natureza sem par...
Mas também é guerra fria
Dos Homens... triste agonia...
De quem a tenta esventrar!


Angola... filha dilecta!
Desta África colossal
Adoptada por Portugal
Como terra muito querida...
E quem nela se criou
De certeza que a amou
Para o resto da sua Vida!

Fórum...Ponto de Encontro!
De quem não cala a sua dor
De Saudade e de Amor
P'la terra do seu viver
É aqui que recordamos
E Amigos encontramos
Tentando, a Saudade, esquecer...

África...Angola
Uma à outra gerou
E o Amor se criou
Com ela, no seu crescer
E o Fórum...ponto amigo
Onde posso estar contigo
Não pode, nunca, morrer!

Letinha

terça-feira, julho 22, 2008

Para matar a Saudade


Para Matar a Saudade!


Para matar a Saudade
Cerro os olhos... devagar
E recordo a cidade
Daquele tempo e idade
Que no meu peito fez lar...

Para matar a Tristeza
Que se aninha no meu peito
Cerro os olhos com firmeza
E penso naquela beleza
Onde cresci a meu jeito...

Para matar a diferença
Que sinto cá deste lado
Cerro os olhos... força intensa...
E sinto aquela presença
Da Luanda do passado...

E para matar a Revolta
De ter fugido sem querer
Cerro os olhos... a alma volta...
À cidade livre e solta
Do meu tempo de crescer...

Ai... Luanda da minha vida
Onde cresci... devagar...
Nem sabes quanto és querida
Recordada e sentida
Quando escondo o meu olhar...

E quando, por fim, cerrar
Os meus olhos nesta vida
Para ti irei voltar
Sem ter que os olhos fechar
Luanda... minha querida!

Letinha

domingo, julho 20, 2008

Banco da Marginal...



Banco da Marginal!




Será que ficaria sentada
Nesse banco de jardim?
Quieta...bem sossegada...
Não me parece que sim!

Sentada só ficaria
Depois de calcorrear
As ruas dessa cidade
Que me ajudou a criar!

Depois de ir a S. Paulo
E ao Bairro Popular...
Depois de ver a Muxima
E o cinema Miramar...

Depois de subir a Calçada
Dessa fortaleza sem par...
Depois de ir à Mutamba
Ver o maximbombo passar...

Depois de correr a Maianga
Esse Bairro singular...
Depois de estar nos Coqueiros
A ver o meu Clube jogar...

Depois de encher meus olhos
Com a paisagem de espantar
Vista lá do Palácio...
Num jardim de encantar...


Depois de comer baleizão
E de toda me lambuzar
Depois de nas águas da Ilha
Lá ter ido mergulhar...

Depois.... Ai....Depois....
Tanta coisa a recordar...
Será que teria tempo
P'ra, nesse banco, sentar?


Letinha

20/07/2008

terça-feira, junho 24, 2008

Maximbombo



Maximbombo



Ai... que saudades
Das viagens p'ró Liceu
Num maximbombo velhinho
Roncando todo o caminho
Tão carregado como eu...

Na minha pasta... os livros
Para ler e me formar
Nos seus lugares... o povo
Começando um dia novo
Quando ia trabalhar...

O nosso maximbombo
Sem cansaço, carregava
O que podia levar
E sem nunca recusar
Tempos depois... lá voltava

Namoros se começaram
Dentro da sua carcaça
Muitas risadas se deram
De anedotas sem graça
Muitos sonhos se sonharam
No seu rodar pela praça
Muitas lágrimas se choraram
Quando chegava a desgraça...


E ele tudo guardava
Como mudo espectador
Da vida de cada um
Ai... maximbombo de Luanda
Desde que saí da Banda
Nunca mais eu vi nenhum...

Letinha

quarta-feira, junho 18, 2008

Deixo a imaginação...




Deixo a imaginação à solta...


Deixo a imaginação à solta
Sentada na Marginal
E olhando à minha volta
Sinto que a minha revolta
Deixou de ser tão brutal...

Olho a baía encantada
E lembro com muita Saudade
Quantas vezes, apressada
Sem reparar quase em nada
Passeei a Mocidade...

E se pudesse voltar
À cidade do meu encanto
Juro que ia reparar
Em tudo o que por mim passar
Sossegando o meu pranto...

Ai... Luanda, terra querida
Diria bem alto... gritando
Chorei à minha partida
Vivi triste a minha vida
E aqui me tens... chorando!

E choro, agora, de emoção
Ao regressar para ti
Tu sempre foste a Paixão
Que ocupou meu coração
Pois eu nunca te esqueci...

Letinha

sábado, maio 17, 2008

Dor na Alma



Dor na Alma


Dor na alma, sem remédio

Nada a pode consolar...

As lágrimas são refrigério

Do meu amor d'além mar...

P'lo mar, parti um dia

P'lo mar voltei ao lugar...

Na bagagem a Saudade

Do meu amor d'além mar...


Na partida... a Esperança

De nunca atrás regressar...

Na viagem... a incerteza

Do que iria encontrar

No regresso... o desespero

Por perder aquele mar

Na chegada... muita Saudade

Do meu amor d'além mar...


Ai...suspiro tão estranho

Sai do meu peito... devagar...

Com as Saudades que tenho

Do meu amor d'além mar...


Letinha

sábado, maio 10, 2008

Viagem... a Sul!




Viagem a Sul


Atingi o Sul....
Que beleza ímpar!
Não só na paisagem....
Como também no mar!
Não é no remanso
Da miragem da praia
Que encontro o descanso
Que minh'alma anseia...

Dai o meu rumo...
Perdido, à toa...
Procurando ainda
Vida que não doa!
Miragem...talvez!
Pois quem não as tem?
Como bom português
Que saudades mantém....

E vou, novamente
Ao longo da costa
Procurando a gente
De que se gosta...

À minha Luanda
Eu quero voltar....
Que saudades eu sinto....
Daquele bom mar!!!!!!

segunda-feira, maio 05, 2008

Ai ué Sant'Ana!



Ai ué Sant'Ana!


Sábado... 3 de Maio

Dia de muita Emoção

Fomos todos almoçar

Com Angola no coração!


Muita gente... mesmo muita!

Se juntou em Santo Antão!

Para poder conversar

De Angola, sua paixão!


E por um dia feliz

Se esqueceu a preocupação

Que grassa neste país


Deixou-se a Alegria

Tomar conta desse dia

Com a Ternura e a Emoção...


Letinha

domingo, abril 27, 2008

Ai... Luanda!


Ai… Luanda!

Plantei uma flor…
Reguei-a com a dor da Saudade
Embalei-a com hinos de Amor
Recordando a minha Mocidade…

Nome lhe dei…Luanda!
Nome a fogo gravado
E no coração guardado
Com feitiços de kimbanda…
E a minha flor…floriu!
Minh’alma ao vê-la, sorriu
Com Emoção e Ternura
Desejando toda a Ventura
À minha flor…Luanda!

Cresceu!
E mesmo cá deste lado
Num canto tão afastado
Onde canto p’rá Saudade
Meu coração estremece
Quando rezo, numa prece
Pela sua Liberdade!

Ai… Luanda do meu viver
Juro que não hei-de morrer
Sem mais um abraço te dar
E vou regando essa flor
Com lágrimas cheias de Amor
Que o Tempo não faz acabar…


Letinha

terça-feira, abril 22, 2008

Almoço!



25 de Abril!....Que dia!!!


Que dia!
Tanta emoção contida
Num dia de Amizade
Que bom sentir a Ternura
O Carinho e a Saudade!

25 de Abril
Que ficará na memória
De quem amou com paixão
Um Clube lá do Bungo
Com Alma e Coração!

3º Almoço
De "jovens" de muita idade
Que vivem a recordar
No Coração... a Saudade
Na Cabeça.... o saber estar!

E já estamos pensando
A forma de organizar
Outro Encontro....o 4º
Isto não pode acabar!

E quem não estiver presente
Neste maravilhoso dia
Será recordado também
Com Carinho e Simpatia!

Amigos de muitos anos
Peguem já no calendário
E marquem já para o ano
A festa do Ferroviário!!!!!!

Letinha
Abril 2008

sexta-feira, abril 18, 2008

A Pacaça


Este poema foi dedicado a um Amigo de muitos anos, dos meus tempos de adolescente com 20 anos!



A Pacaça



Matumbo, safado, macaco
Palavras com muita graça
Mas a que mais admiro
É a palavra “pacaça”!

É um animal valente
Tem no mato a sua vida
Não gosta de muita gente
Só se encontra de fugida

Calado, de poucas palavras
Tem de se adivinhar
O caminho que procura
Para se poder apanhar!

A sua carne é macia
De sabor delicioso
Ter repasto de pacaça
É ter um bem precioso…

Mas para meu desalento
Nunca consegui caçar
A pacaça que queria
Apesar de bem tentar…

Fugia-me sempre, a malvada
Cuidava que me queria
Mas quando menos esperava
Em silêncio, ela partia…

Partiu um dia, em silêncio
Confiei que voltaria
Afinal passou o tempo
E nunca mais a veria…

Passei anos pensando
Na pacaça fugidia
Nunca acreditando
Que um dia a encontraria…

Letinha

sábado, abril 12, 2008

Encontro!


Comemorando a 1ª vez que me desloquei a Fátima, ao Encontro Anual dos Angolanos, escrevi este poema...



Encontro


Que Encontro fantástico
Se deu Domingo passado
A emoção foi tão forte
Não queria estar noutro lado!

Há muito tempo que sei
Deste Encontro anual
Mas nunca me atrevi
A vivê-lo no real....
Desta vez tinha de ir
Em Fátima tinha de estar
Com Amigos conviver
E as Saudades matar!

Na brincadeira dizia
Que em Fátima iria ter
Que "rezar" terço e missa
Isso veio a acontecer!
Encontrei grandes amigos
Aguenta, Coração!!!
Esta emoção de ver amigos
Causa grande animação

Por muitos anos que passem
Por mais que nos afastemos
A emoção de estar juntos
Nunca mais a perderemos
E estou pouco ligando
Para quem diz, com despeito
Que isto é saudosismo
Ou masoquismo sem jeito!

Que é a vida, afinal
Senão o recordar constante
Do que fomos no Passado
Nem que seja por um instante?
Qual do Homem que, por momento
Não recorda com saudade
Das travessuras que fez
Quando tinha tenra idade?

E quem não lembra também
De namoros inconsequentes
De "loucuras" cometidas
Quando era adolescente?
E recordar esses tempos
Com quem nos acompanhou
É reviver com saudade
Esse tempo que passou...

Vamos continuar em frente
Pois para trás não andamos
Mas o olhar para trás
Não nos traz só desenganos
Traz-nos Amigos antigos
Bem vivos na nossa mente
Que nos dão força e coragem
Para continuar em frente...
Sozinhos não estamos mais

Há quem perceba a saudade
Daquela terra querida
Onde ficou a mocidade...
E quando me tentam dizer
"Esquece o que passou!
Já não volta a acontecer..."
Não sou "burra", podem crer
Também sei que acabou
Aquele tempo e viver!

Mas... ESQUECER?????!!!!!......

Letinha
6/09/2005

quarta-feira, março 12, 2008

Se essa rua falasse...





Se essa rua falasse…




Se essa rua falasse
Das brincadeiras de então
Não haveria suporte
Para tanta gravação...

Eram crianças traquinas
Que a rua observava
Era o par de namorados
Que nela namoriscava
Eram conversas de kotas
Sobre uma vida singela
Era o desgosto de quem
Só a via da janela....

Ai...rua do meu viver
Se tu pudesses falar
Muito tinha que escrever...
Muito tinha que contar....

Letinha

domingo, março 09, 2008

Abri a minha janela...



Abri a minha janela....


Abri a minha janela
Neste bairro encantado
Olhando a minha estrela
Que me parece tão bela
Vista por este lado...

Saio para a rua...Sem medo!
E é este o segredo
De um Bairro Popular...
Todos vizinhos e amigos
Se protegem dos perigos
Que a Vida possa dar!

E para vós, meus Amigos
Aqui deixo, com alegria
O meu desejo sincero
De um Bom e Alegre Dia!

Letinha

sexta-feira, março 07, 2008

Trago Angola no Meu peito!



Angola


Trago Angola no meu peito
Apesar de conhecer
Muito pouco dessa terra
Onde sempre pensei viver
Desse grande território
Só conheço a capital
Essa Luanda tão linda
Onde cresci, afinal...

De passagem ainda fui
Pelas estradas de Angola
Foram viagens únicas
É isso que me consola
Do Norte desse país
Muito longe não cheguei
Fui até Quifangondo
E para trás eu voltei

Para a zona de Malange
Que viagem encantadora!
Fui e vim dessa cidade
Na mesma automotora
O Dondo era o local
Escolhido quase sempre
Para almoçar ou comer
Um repasto diferente

E que dizer da viagem
Que a Cambambe um dia fiz?
Maravilha de barragem...
Como me senti feliz...
Outra zona bem bonita
Para os Domingos passar
Era na Foz do Quanza
Onde costumava acampar

E no Morro dos Veados
Guardada num barracão
Estava uma "chata" velha
Que do meu pai era a paixão
Era nela que os dois
Eu e meu pai, claro está!
Íamos pescar para o largo
Seu nome: Taki-Talá!

Grandes aventuras tivemos
Nesses dias de pescaria
Muitos peixes nós trouxemos
Alguns "sustos" apanharia...
Mas as minhas viagens
Não ficaram por aqui
Houve algumas férias
Que p'ró Sul me dirigi

Apesar de pouco tempo
Algumas cidades corri
Novo Redondo, Lobito...
Nunca mais vos esqueci!
E que dizer da Huila
Do planalto a princesa?
Que me acolheu com amor
E me encantou p'la beleza?

Passei também pelo Huambo
A cidade-capital
Sonhada por Norton de Matos
Deste nosso Portugal...

Que pena eu tenho
Que pena!
De não ter aproveitado
Tudo aquilo que podia
Em terras do outro lado...
E tanto ficou por dizer
Dessa terra com história
Terra onde fui feliz
E que não me sai da memória...

Letinha
6/09/2005

domingo, março 02, 2008

A Sanzala



A Sanzala


As conversas acabaram
Nesta vida atribulada
O tempo passa depressa
Não temos tempo p'ra nada!

Longe vai o tempo bom
Que, sentados à lareira
Ouvíamos histórias lindas
Inventávamos brincadeiras
Esse tempo bem passado
Em diálogo com os mais velhos
Ninguém o queria perder
E ouvíamos os seus conselhos

Juntava-se a família
Avós, filhos e pais
Era tempo de união
Que agora não há mais
E os jovens sentiam
A força dessa união
Eram parte da família
Que lhes dava atenção!

Que saudades desses tempos
Em que a forma de educar
Não era só mandar p'rá escola
Era também saber amar
E esse amor de que falo
E felizmente senti
Era dado, simplesmente
Em conversas que não esqueci

E aqui venho encontrar
Neste espaço tão querido
Recordações desse tempo
Que nunca foi esquecido
Quando nos pomos a ler
Alguns "fios" que aqui estão
Voltamos àquele tempo
Onde amor era atenção


E volto a ser a criança
Que ouvia, encantada
Aqueles contos antigos
Que não perdia, por nada!
E se por sentir a falta
Desses contos à lareira
Me chamarem "saudosista"
Eu não ligo!
É grande asneira!

Aos amigos que nos contam
Essas histórias de então
O meu grande Bem-Haja
Deste "velho" coração!

Letinha
25/05/2005

quarta-feira, fevereiro 27, 2008

O Sol...

O Sol....

Até o Sol está "moderno"
Já não é como o de então...
Dá cabo da nossa pele
E faz mal ao coração
Parece mais agressivo
E queima com mais vigor
E gostando de tempo quente
Não gosto deste calor!

Pelos avisos que ouço
Pois não arrisco a saúde!
Esticar o corpo ao Sol
Não é uma boa atitude!
No meu tempo...isso sim!
Que prazer se sentia!
Esticar nossa toalha
Com uma boa companhia...

Letinha

sexta-feira, fevereiro 22, 2008

História!









História!


A História da Humanidade
Grava com imprecisão
Os feitos que a levaram
À actual situação...
Ficam na História, os chefes
Que, sozinhos, nada fizeram
Esquecendo o Povo Anónimo
Que seus feitos engrandeceram!

Mas a História só grava
Nas páginas dos manuais
Nomes de gente importante
Esquecendo quem deu mais!
Quem deu o suor do rosto
Quem deu o seu coração
Quem deu a Vida, por vezes
Quem deu lágrimas de emoção!

E na nossa História Pátria
Isso é bem evidente
Os chefes ficam na História
Esquecendo a "outra gente"!
Brincadeira parece ser
O exemplo que vou dar
Cabral ficou na História
Por ter tido a Glória
De, ao Brasil, chegar!

Mas o nome daquele homem
Que seu batel puxou
P'ra que não molhasse os pés....
A História não recordou...

E o triste da situação
Que me levou a escrever
É continuar a confusão
Entre a forma de viver...
Há duas palavras nossas
Que apesar da mesma origem
Não dizem a mesma coisa
Mas magoam quem atingem!

Colono é nome honrado
De quem, p'lo pão, labuta
É também explorado
Por muitos filhos da....fruta!
Colono que noutras terras
Muito longe do seu lar,
Deu toda a sua alma
Para outro país criar

Deu lágrimas muito sentidas
Com desespero choradas
Deu sangue das suas vidas
Por terras tão afastadas...
Pôs alma no seu trabalho
Deu tudo o que tinha, enfim
E hoje a História o trata
Como ser mau e ruim!

Não confundamos as coisas....
E façamos a correcção!
Colono é sentimento
Colonialista, exploração!

Letinha

segunda-feira, fevereiro 18, 2008

Tempo de Criança



Tempo de criança


Hoje acordei com saudade
Dos meus tempos de criança
Em que corria à vontade
No coração, a Esperança
Na cabeça, a Curiosidade!

A Esperança vai mirrando
Com o passar da idade
Não morre! Continuando
A dar-nos Força e Vontade
Apesar de ir murchando...

A Curiosidade! Que pena!!!
Vai perdendo o seu viver!
Pois o que vai pelo Mundo
É triste de se saber!
Quero voltar, num segundo
Ao tempo do meu crescer!!!!!

Letinha

quarta-feira, fevereiro 13, 2008

Liberdade!


Liberdade



Aproxima-se o calor
E a saudade aperta mais
Daquela terra querida
Onde vivi com meus pais
Este sol não é o mesmo
Daquelas terras de Angola
Vivo da recordação
É isso que me consola

Mas posso me dar por feliz
Por ter experimentado
Viver todos esses anos
Em terras do outro lado
Ter feito tantos amigos
Ter sentido tanta saudade
Ter tido uma vida plena
Ter vivido em liberdade

Há quem diga que antigamente
Liberdade não havia
Não sei onde viveu essa gente
Ou que liberdade queria
Nesse tempo a Educação
Era ponto fundamental
Não se dizia palavrão
E respeitava-se Portugal

Hoje que vemos nos jovens?
Não sabem o que fazer
Andam na Escola obrigados
Andam na vida sem querer
Mais parecem estar perdidos
E sem orientação
Palavrões são permitidos
Não há respeito à Nação

E quando a liberdade
Se confunde desta forma
Então não é liberdade
É viver sem qualquer norma
E se é essa a liberdade
Que gostam esses tunantes
Eu prefiro a "opressão"
Com que vivíamos antes!

Letinha

domingo, fevereiro 10, 2008

Fevereiro



Fevereiro!


É o mês mais pequenino
Mas com datas importantes
Carnaval, logo à cabeça
E o Dia dos Amantes...

Mas que cena esta agora
Ter um dia p'ró Amor!
Amor há todos os dias
Faça frio, faça calor!

É dos Namorados chamado
Este dia de Fevereiro
Mas parece mais votado
Para se gastar dinheiro

São só coraçõezinhos
Enfeitando todo o lado!
Necessitando lembrar
Quem está enamorado!

Ou então, preparação
P’rá desgraça que aí vem
Pois num dia é só Amor
No outro não se ama ninguém!

Se no meu tempo não tinha
Um dia com este teor
Era porque não precisávamos...
Todo o dia havia Amor....

Letinha

sexta-feira, fevereiro 08, 2008

Momentos...


Momentos…


Gostosos momentos
De memórias perdidas
Que trazem saudades
De Vidas esquecidas...
Esquecidas no Tempo
Perdidas no Espaço
Guardadas na Alma
Com força de Abraço...

E vamos em frente
Seguindo viagem!
Vivendo o Presente
E sentido na mente
Reflexos de imagem
De um Tempo vivido
Com muita ternura...
Que nunca é esquecido
E que na alma perdura....

Gostosos momentos.....

Letinha
Maio 2007

domingo, fevereiro 03, 2008

Recordar é Viver!





Recordar é Viver!




Recordar é Viver
Lá diz o velho ditado
Que toda a gente conhece
Por ser velho e ser falado
E foi o que aconteceu
Num almoço emocionante
Que recordou a muita gente
O que foi ser estudante!

Viveu-se a Alegria
De momentos tão queridos
Que lembrou à maioria
Tempos não esquecidos!
Encontro de tanta gente
Que os Liceus frequentou
Mostrando que a Saudade
Está viva e não acabou!

Nossos tempos de Alegrias
Traquinices sem cuidados
Regresso à boémia
De momentos bem passados
Risos, pulos, simpatias
À adolescência voltar
É tão bom estarmos vivos
E podermos recordar!

Para o ano, espero bem
Poder voltar a almoçar
Com este grupo de "jovens"
Que sabem a Vida gozar
Pois a emoção se mantém
E já passaram os anos
Vamo-nos mantendo "novos"
Esquecendo desenganos

Ao grupo que organizou
Este almoço tão cuidado
Do fundo da minh'alma
O meu MUITO OBRIGADO!

Letinha


Maio 2006

quinta-feira, janeiro 31, 2008

Quando lá voltar...


Quando lá voltar...



Se Deus me der a alegria

De Luanda regressar

Não sei se terei coragem

De a este país voltar!


Eu sei que do outro lado

Há muita coisa errada

Mas deste lado também

É " país da macacada"


Se em Angola se critica

A corrupção e o poder

Aqui, se bem pensarmos,

O que está a acontecer?


Andam alguns figurões

A comer sem consciência

O pão que a muitos falta

P'ra manterem a decência


Ao menos, do outro lado

Fica aquela certeza

De ser um país enorme

Cheio de graça e beleza!


País que, p'lo menos a mim

Me ensinou a dar as mãos

E onde também aprendi

Que somos todos irmãos!


Letinha
29/10/2005

domingo, janeiro 27, 2008

Lembro...




Lembro…


Lembro das acácias singelas

Que iluminavam como estrelas

As ruas da nossa Luanda

Lembro da areia dourada

De onde pela alvorada

Se levantava a Kianda


Lembro dos becos e vielas

Que essas mesmas estrelas

Davam luz, sombra e mistério

E lembro das melodias

Dos kambas, que em cantorias

Criticavam o Império..


Lembro do batuque ritmado

Por coro de vozes rodeado

Que punham a alma a dançar

Mais me lembro dessa terra

Lembro do som de uma guerra

Que nos pôs a soluçar....

Luanda....Eu vou voltar!

Letinha

quinta-feira, janeiro 24, 2008

Barro Vermelho!



Barro Vermelho!


Aquela terra vermelha

É cor de Vida, Paixão

É cor que nos enleva

E nos prende o coração...

Aquela terra vermelha

É cor de Vida e Paixão...


Aquela terra vermelha

Barro vermelho, ao chover

Agarra a nossa Alma

Para nunca mais a esquecer

Aquela terra vermelha

É barro vermelho, ao chover...


Aquela terra vermelha

Cor do ocaso solar

É obra do Criador

E numa saudade de amor

Nos põe sempre a suspirar...

Aquela terra vermelha

Cor do ocaso solar...


E a cor daquela terra

Que é firme, de tão forte

Apesar de toda a guerra

Dá o calor que repele

O frio triste da morte...

A cor daquela terra

Que é firme, de tão forte...


Letinha
Maio 2006

sexta-feira, janeiro 18, 2008

Sábado


Sábado


Mais um fim de semana
Está prestes a começar
São 2 dias de descanso
P'ra quem pode descansar
Mas recordo com saudade
Os sábados de antigamente
Onde o modo de os passar
Era muito diferente

Esperava ansiosa
Pelos dias de descanso
Quando não havia aulas
E ficava no remanso
O tempo sem relógio
Era tempo de curtir
Praias, cinema, passeio
Com os Amigos divertir...

Primeiro era o Mercado
Onde de tudo havia
Era para despachar..
Queria aproveitar o dia!
Por volta das dez e meia...
Já estávamos de saída
Com tudo o necessário
P'ra uma praia bem curtida!

Desde a toalha ao bikini
Desde o farnel à "geleira"
Cana de pesca, engodo
E tudo na brincadeira...
Eram sábados de festa
Pescaria e diversão...
A família estava unida
Que saudades dessa união!

Depois, à tarde, regresso
Mas com programa já feito!
Pois passar a noite em casa
Não tinha graça nem jeito
Meus Amigos, nessa altura
Foi meu tempo de crescer
Convivia com a família...
Que me ensinou a viver!!!

Letinha

quarta-feira, janeiro 16, 2008

Partir

Partir




Partir p'ra não regressar
Era essa a minha Vontade
Matando de uma vez
Uma profunda Saudade!
Saudade que nos mantém
Como "povo" bem unido
Se o Mundo fosse melhor
Eu já teria partido...
Mas não perco a Esperança
De um dia regressar
Embalada pela música
Que paira, alegre, no ar!
Letinha

terça-feira, janeiro 15, 2008

Que Saudade




Ai que Saudade!



Ai que saudade
Do meu tempo de criança
Onde havia a Esperança
De um Futuro feliz
Hoje o Mundo
Está cheio de maldade
E a actual mocidade
Anda à toa e infeliz

E sem sustento
Há na alma o desalento
De quem perdeu a verdade
Que faz bem ao coração
E os Valores
Que nos fazem ser melhores
Estão perdidos nas dores
Do viver em solidão!



Letinha
2006

É Manhã

É Manhã!


É manhã!
Manhã diferente
Neste Continente!

Recordo, saudosa
Outros Carnavais
Quando a energia
Dava p’ra muito mais!

Era jovem! Com graça
Era ágil!...Liberta!
Era alegre!... Feliz
A Vida era certa!

E tinha a certeza
Que nada mudava
Era tudo tão certo…
Por lá eu ficava!
E um dia… que dia!
O sonho acabou!
Tudo o que sentia
Da Vida… mudou!

A fuga, a Saudade
Da terra querida
A Mágoa se instalou
E não vai de partida…

E resta somente
Acordar todo o dia
Em manhã diferente
Daquela que queria…

Manhã diferente
Neste Continente!


Letinha
28/02/2006

domingo, janeiro 13, 2008

Saudades

A Saudade

A Saudade é sentimento
Que nos dá identidade
Não esquecendo o Passado
Por mais que passe a idade!
E acho bem curioso
Quando a Saudade me invade
Mesmo as recordações mais tristes...
Enchem o coração de Saudade!

Quando "asneiras" eu fazia
E tentava esconder...
Se minha mãe descobria...
Tinha mão p'ra me bater...
Que Saudade das palmadas...
Daquela mulher querida...
Não sei o que hoje daria
Para a ter na minha Vida!

Quando na rua brincava...
Com vizinhos e Amigos....
Se nos portávamos mal
Havia logo castigos...
E sem refilar, se cumpriam
Pois não se estava a brincar!
Que Saudades dos castigos
Que meu Pai sabia dar!

E não pensem que era fácil!
Quando meu Pai castigava
Passava tardes inteiras...
A tabuada eu "cantava"!
E "cantava" os nossos rios...
As serras, a fauna e flora...
Eram castigos a sério...
Não como são agora!

Hoje os castigos são fáceis!
"Não vês televisão"!!!
Ora isso no meu tempo
Não era castigo, não!!!
Que Saudades desse tempo!
Com pai e mãe tão presentes
Hoje moram no meu peito!
Pois, no físico, estão ausentes!!

Letinha

26/03/2006

sábado, janeiro 12, 2008

Encanto

Encanto!

O meu encanto perdido
Nas anharas da minh'alma
Não está nunca esquecido
Procuro-o com toda a calma!
Pois enquanto busco o sentido
Tenho sossego na alma...

E o calor do Verão
Que nosso corpo conforta
Lembra-me outra Estação
Em terras da minha paixão
Que está longe, mas não morta!

Sonho!
E quando sonho
Acordada ou a dormir
Circula o meu coração
P'las ruas do meu sentir
Luanda...minha paixão!
Angola...o meu existir!

E é esta divisão
Que eu tento esquecer
Em Luanda...o coração
Que percorro em oração
Em Portugal... o Viver!

Letinha
Maio 2006

Amor...Angola!

Amor...Angola

Uma menina criada
Nas lindas terras d'Angola
Hoje vive desterrada
Só a saudade a consola...

E é recordando o Passado
Que se atreve a sorrir
Pois durante 30 anos
Limitou-se a existir...
Tudo o que ela amava
Do outro lado deixou
Fugindo da guerra dura
E da terra que a criou!

Hoje vive com vontade
De ao Passado regressar
Pois havia muita coisa
Que iria modificar
Mas o Passado não volta
Não é burra e sabe bem
Que o caminho é em frente
Com as memórias que tem!

Letinha

sexta-feira, janeiro 11, 2008

O Sol da minha Terra

O sol da minha Terra


O sol da minha terra

Tem especial fulgor

Uma luz que nos encerra

Num clima cheio de Amor

Um Abraço que enternece

Quem suporta o seu calor



O sol da minha terra

Brilha com muita alegria

Nasce terno, põe-se terno

É quente durante o dia...

O sol da minha terra

É quem me serve de guia!



O sol da minha terra

Tem beleza deslumbrante

Tem poema no ocaso

Tem alegria cantante

O sol da minha terra

Dá-me a força de um gigante!



O sol da minha terra

Que recordo com Saudade

Tem ternura de amante

Tem prazer de Liberdade

O sol da minha terra

Guarda a minha Mocidade!



Agora estou noutra terra

Outro sol vejo nascer

Outra magia ele encerra

Mas não me faz esquecer...

Porque....

O sol da minha terra

É o sol do meu Viver!



Letinha

Julho 2006

quinta-feira, janeiro 10, 2008

Vizinhos...


Vizinhos


Num Bairro de ruas simples
Sem riqueza nem esplendor
Em vivendas bem bonitas
Vivia a Amizade e o Amor.
Aí crescia a Saudade
Sem quase darmos por ela
Pois a nossa Mocidade
Não deixava ainda vê-la!

Em grupos, com Amizade
Crescia uma geração
De crianças e petizes
Que sabiam dar a mão
Entre livros e brinquedos
Entre folguedos e estudo
Havia aquela "certeza"
Que nada mudava o Mundo!

Mas a Vida, malfadada
Até nós levou a dor
De perder aquele Bairro
Construído com suor...
E só por necessidade
E risco das nossas vidas
Deixámos as nossas ruas
Vimos as casas perdidas!

30 anos! Uma Vida!
Em desencontros passada
Perdeu-se gente querida
Apenas restou o NADA!
E deste tempo dolente
Do adormecer da alma
É a Saudade o remédio
Que estimula e acalma!

Até um dia....

6 de Maio! Que data!
Um dia para marcar!
Encontrou-se a alegria
E a recordação do lar
Vizinhos de muitos anos
Que se pensavam perdidos
Todos juntos almoçaram!
Não estavam esquecidos!

E o Bairro reviveu...
Nossas mentes recordaram
O que nunca se esqueceu....

Num Bairro de ruas simples....


Letinha

Maio 2006

A minha rua

A minha rua

Que saudades da minha rua
Onde grupos de crianças
Corriam, pulavam, jogavam
Alma plena de esp'ranças

Não era rua central
Nem de bairro luxuoso
Era uma rua normal
Era um ambiente gostoso

O Bairro onde ficava
A rua do meu crescer
Era bairro onde morava
Quem trabalhava p'ra viver
Todos se conheciam
E se davam muito bem
Havia respeito, carinho
Não se afastava ninguém

E os maximbombos, bem cedo
Começavam a levar
Os adultos p'ró trabalho
As crianças p'ra estudar...
À tarde era o regresso
Para a casa, santo lar
Depois da janta, conversa...
E crianças a brincar....

Aí pelas dez da noite
O sossego aparecia
Pois precisa descansar
Quem trabalha todo o dia
Que saudades do meu Bairro
Da rua do meu crescer
Onde aprendi a brincar
A viver e conviver!

Letinha
30/10/2005

A minha cidade!


A minha cidade

Há duas cidades no mundo
Que marcaram minha vida
Lisboa, onde nasci
Luanda, a minha querida
Em Lisboa abri os olhos
Numa tarde de Verão
Luanda me criou
E trago no coração

Para Angola fui um dia
Levada pelos meus pais
Lá cresci, em harmonia
Sair de lá, nunca mais!
Pensava eu, na altura
Adolescente, Criança
Não crendo que a vida dura
Me tirasse a Esperança

Ainda me lembro bem
Do tempo em que cresci
Naquela Luanda linda
E a vida que eu vivi
Não esqueço nunca mais
Do tempo das brincadeiras
Do conselho de meus pais
P'ra não subir às mangueiras

Mas as mangas, tão cheirosas
Nossos olfactos tentavam
E como crianças teimosas
Os joelhos esfolavam
As corridas que eu fazia
Não tinha medo de nada
Apesar de muitas vezes
Aparecer arranhada

Ainda me lembro bem
Do tempo de brincadeiras
Onde grupos de crianças
Crescia, fazendo asneiras
Trepar às árvores e muros
Correr, jogar e brincar
Conviver com os amigos
E na Escola, estudar

Andar descalça na rua
Sem medo de me ferir
E quando chovia muito
Da minha casa, sair

Lá fiz a Escola Primária
Num Colégio, em Miramar
Fui depois para o Liceu
Continuar a estudar
O meu Liceu.... que saudade!
Do tempo em que, sem cuidado
Rodeávamos, curiosas
Quem já tinha namorado

E apesar de fechadas
Neste Liceu sem igual
Olhávamos, sorrateiras
Para a Escola Industrial
Rapazes da nossa idade
Era o que ali não faltava
Olhando através da grade
Com os olhos se namorava

Os anos não param, avançam
E já estava na idade
De pensar no que seria
Depois da Escolaridade
À Escola de Enfermagem
Acabei por ir parar
E no Hospital Central
Fui também estagiar

Mas a vida dá muita volta
E muitas vezes sem querer
Aquilo que nós queremos
É o que não se vai fazer
E o destino não quis
Que de adultos fosse tratar
E fui para o Magistério
P'ra crianças ensinar

Luanda, cidade linda
Onde passei os meus anos
Onde conheci amores
Onde tive desenganos
Contigo eu cresci
Em amor e liberdade
Me fiz mulher, aprendi
O que quer dizer Saudade

Sinto no meu coração
O cheiro daquela terra
Cheiro de África, de paixão
Mas também cheiro de guerra
Essa maldita, afinal
Destroçou meu coração
E foi ela, por meu mal
Que me fez fugir, então

Hoje, longe, eu te choro
Por não te poder abraçar
E entre soluços, eu digo:
"Luanda, eu vou voltar!"

Celeste Torres
4/05/2005

O meu Clube

O "meu" Clube

Na cidade de Luanda
Logo à frente da Estação
Havia um grande solar
Com alma e coração
Era o local onde gente
Bem disposta e divertida
Sabia passar o tempo
Sabia viver a Vida

Juntavam-se todos os dias
Com jogos a disputar
E mesmo em dias de treino
Poucos queriam faltar
Havia campo de jogos
Cinema para assistir
Festas para dançar
Tudo para divertir

Basquet, hóquei, andebol
Equipas com muita raça
Todos jogavam com garra
Amor, Orgulho e Graça
Grandes jogos, grandes vitórias
Grandes desgostos, também
Quem ama mesmo um Clube
Vive isso como ninguém

Todos esses atletas
A camisola suavam
Por Amor àquele Clube
Quando, com outro, jogavam
Do futebol ao basquet
Todos os que iam à bola
Se lembram desse Clube
Ferroviário de Angola

Aquele grupo de Amigos
Trabalhadores, operários
Tinham orgulho de dizer
Que eram FERROVIÁRIOS

Letinha
6/05/2005

Regresso!

Regresso!

Há coisas que não entendo
Apesar de ter idade...
Porque se sente no peito
Esta terrível saudade....
Que magoa e faz doer
Nossa alma, sem sentido
Quero voltar a Angola
Àquele canto querido!

Quando chegar que farei?
Nem sei por onde começar
As saudades já são tantas....
Que nem sei que visitar...
Irei primeiro à Mutamba
Ou será que vou ficar
Tuturruando p'la Ilha...
Escutando aquele mar?

Na Marginal quero passar
Largas horas recordando
As vezes que a percorri
E que ali passei pescando...
Passarei pelo meu Clube
E se me deixarem ficar
Vou sentar-me num degrau
Sentindo ali o "meu lar"....

Depois irei à fortaleza
Espraiando o meu olhar
Por toda aquela cidade
Que eu quero tanto abraçar......

Letinha